IEPS apoia Mato Grosso do Sul na análise e classificação das regiões de saúde do Estado
Foto: Bruno Rezende/Agência de Noticias do Gov-MS
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O Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) finalizou a etapa de análise e classificação das regiões de saúde do estado do Mato Grosso do Sul, como forma de contribuir tecnicamente com o novo desenho regional da saúde no Plano Diretor de Regionalização do estado. A iniciativa é uma das ações do programa Redes (Regionalização, Desenvolvimento e Saúde), e foi realizada a partir de uma metodologia desenvolvida pela equipe da Diretoria de Políticas Públicas do IEPS.  

Agatha Eleone, analista de políticas públicas do IEPS, explica que a análise e classificação das regiões de saúde buscou delinear um caminho estruturado e fundamentado para reestruturar o mapa regional visando reduzir as dependências e ampliar o acesso a serviços de saúde para a população. 

A reestruturação das regiões de saúde possibilita que o desenho das redes se mantenha alinhado às necessidades reais de cada território e à busca pela ampliação da suficiência regional

“Embora o redesenho das regiões de saúde não seja uma solução definitiva para todos os problemas do sistema de saúde, ele pode ser um ponto de partida para transformar a realidade regional, porque cria condições para planejamentos mais eficazes e para uma alocação otimizada dos recursos. A reestruturação das regiões de saúde possibilita que o desenho das redes se mantenha alinhado às necessidades reais de cada território e à busca pela ampliação da suficiência regional”, afirma. 

Para Crhsitinne Maymone, secretária-adjunta da SES, o apoio técnico do IEPS foi fundamental para o estado. “A assessoria do IEPS forneceu a metodologia e a orientação técnica necessária para que os gestores pudessem efetivar o redesenho que propiciará o fortalecimento das regiões, efetivando a regionalização da saúde em MS”, afirmou. 

Metodologia definiu escores para regiões de saúde do estado 

A metodologia elaborada para a análise e classificação das regiões de saúde do estado contou com a construção de um painel com 32 indicadores estruturados em grupos temáticos — como capacidade instalada, necessidades em saúde, acessibilidade geográfica e gastos em saúde. Os dados dos indicadores foram coletados, padronizados, normalizados e atribuídos a diferentes pesos, capazes de refletir a importância relativa de cada indicador no contexto geral da avaliação regional.

Após a análise dos dados, cada região foi classificada e recebeu um escore de acordo com seu desempenho em relação às demais regiões, para cada tema avaliado. Essa categorização possibilitou a construção de novas composições possíveis para o redesenho das regiões de saúde sul-mato-grossenses. 

Segundo Eleone, a metodologia desenvolvida pode ser uma ferramenta importante para embasar a tomada de decisões acerca da regionalização no estado. “O método permite que a avaliação seja dinâmica e contínua, refletindo as melhorias e desafios nas condições de saúde do território ao longo do tempo. Embora a padronização por escores tenha limitações e possa simplificar algumas nuances e desafios locais, ela pode ser um mecanismo importante para garantir flexibilidade nas tomadas de decisão dos gestores”, destacou. 

O apoio na análise e classificação das regiões de saúde foi apenas uma das etapas do processo de cooperação entre IEPS e Mato Grosso do Sul. A parceria, formalizada por meio de um Acordo de Cooperação Técnica em agosto, inclui a criação de ferramentas de apoio para a construção do Planejamento Regional Integrado (PRI) e o desenvolvimento de outras ações voltadas para a consolidação do processo de regionalização da saúde no estado.  

Redes (Regionalização, Desenvolvimento e Saúde)

O programa Redes (Regionalização, Desenvolvimento e Saúde) é uma iniciativa do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), que conta com o apoio da Umane e da Fundação Lemann, criada para apoiar estados brasileiros no desenvolvimento de estratégias efetivas de integração e aprimoramento das Redes de Atenção à Saúde (RAS). O Redes visa o enfrentamento dos principais desafios políticos e administrativos das gestões públicas e é estruturado em três aspectos estratégicos: governança sólida, financiamento indutor e burocracia efetiva.