De onde vêm as outras mortes não associadas ao novo coronavírus?
Cemitério Campo da Esperança, Asa Sul, Brasília, DF. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília
Cemitério Campo da Esperança, Asa Sul, Brasília, DF. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

O Brasil não pode reclamar de ter sido pego de surpresa. Quando o vírus começou a se espalhar pelo país, já se conhecia seu potencial de disseminação e mortalidade, observado na Europa. Essa vantagem deu tempo para que governadores implementassem antecipadamente políticas de isolamento social, mas não foi suficiente para que se colocasse em marcha um programa mínimo de testagem. Sem testes, o governo não tem um retrato fiel do problema e pesquisadores são obrigados a buscar outras formas de calcular o impacto.

Não ter uma noção real dos mortos preocupa porque a informação é fundamental para que governos atuem para conter a crise, explicou João Abreu, cofundador da Impulso, que, junto com o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e o Instituto Arapyaú, criou a plataforma Coronacidades, que dá apoio técnico para estados e municípios no combate à pandemia a partir de simulações da demanda por leitos e do diagnóstico do nível de preparo local. “A gente tem recursos limitados. Muitas cidades não sabem como fazer para testar, não há protocolos. A gente deveria usar esse tipo de informação, por exemplo, para direcionar a aplicação de testes, que são limitados. Se você tem uma equipe de saúde, você deveria mandar para regiões com mais casos. Essa distribuição pode estar indo para o lugar errado”, enfatizou o economista.

Leia a reportagem completa no site do jornal “O Globo”