No Brasil, mulheres vítimas de violência estão mais suscetíveis a desenvolver depressão. É isso que mostra o artigo “Gender inequalities in violence victimization and depression in Brazil: results from the 2019 national health survey”, publicado no final de maio na revista científica International Journal for Equity in Health. O artigo é assinado por Matías Mrejen, Leonardo Rosa e Dayana Rosa, pesquisadores do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), em parceria com Thomas Hone, colaborador associado do IEPS.
O estudo utilizou os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 para analisar se os entrevistados tinham depressão e/ou foram vítimas de violência. Os resultados mostraram que a chance de estar deprimida é 3,8 vezes maior entre as vítimas de violência do que entre as não vítimas, e 2,3 vezes maior entre as mulheres do que entre os homens. Mulheres jovens, negras e de baixa renda que são vítimas de violência possuem as maiores probabilidades de estarem deprimidas.
A estimativa é que 1 a cada 3 mulheres que sofreram violência tenha depressão. As violências sexuais, físicas ou psicológicas cometidas por agressores próximos às vítimas são os principais fatores de risco para esse quadro. Por isso, o artigo indica que o combate a violência deve ser uma prioridade de saúde pública.