RESUMO EXECUTIVO – Este Panorama IEPS analisa os principais entraves e possíveis caminhos para a realização de inovação em saúde no Brasil. A partir de uma revisão de literatura e de entrevistas semiestruturadas com atores do terceiro setor e de governos que aplicam inovação em saúde no setor público, a pesquisa identifica uma polissemia e dificuldade em conceituar Inovação (o que pode ser uma barreira para que ela aconteça), além dos problemas principais que impedem que a inovação ocorra a contento: pulamos para soluções sem entender, primeiro, os problemas; temos dificuldade de escalar iniciativas inovadoras e ainda temos um ambiente hostil à inovação no setor público.
Para solucionar esses problemas, é preciso, sobretudo, 1) criar conexão entre inovação e problemas da vida real, 2) ter uma abordagem sistemática à qualidade e mensuração de resultados no sistema e 3) reconhecer e normatizar inovações nascidas das práticas cotidianas.
Além disso, este relatório aponta os principais nós críticos do SUS, onde esforços de inovação devem ser concentrados, sendo: 1) criação de novos mecanismos de facilitação de acesso; 2) mecanismos de divisão de população adscrita; 3) mecanismos de promoção de uma vida saudável; 4) aprimoramento da interoperabilidade de sistemas de informação e qualificação da coleta e transmissão de dados nos sistemas existentes; 5) capacitação e provisão adequada de profissionais, sobretudo para a Atenção Primária; 6) gestão de filas e tempos de espera; e 7) captação da experiência e satisfação dos usuários como parte da rotina de gestão.
Apesar de todos os desafios, há no Brasil uma grande oportunidade de inovar em saúde, uma vez que o SUS é o maior ativo para inovação que poderíamos ter. Além do potencial de desenvolvimento científico e tecnológico que existe desde a concepção do sistema, o SUS tem estrutura para incutir a importância de processos inovadores na gestão da saúde para os municípios brasileiros.