O Brasil enfrenta o maior surto do novo coronavírus da América Latina. Embora o presidente do país continue minimizando a gravidade da ameaça, o Congresso Nacional e os governadores dos estados se mobilizaram rapidamente para enfrentar a doença. Um “orçamento de guerra” federal e bilhões em gastos adicionais, além de várias medidas em nível estadual e municipal, formam uma resposta política de colcha de retalhos para apoiar o sistema público de saúde, as empresas e os brasileiros comuns. No entanto, a eficácia de tais esforços de política é incerta.
Na terça-feira, 28 de abril, o Instituto Brasil, no Wilson Center, organizou um webcast de discussão sobre o impacto do COVID-19 no sistema de saúde, economia e política social do Brasil, em meio ao caos político crescente.
“Temos profundas falhas estruturais em nosso sistema de saúde brasileiro. Se você olhar a oferta de serviços de saúde, o sistema hospitalar, o sistema público hospitalar, algumas regiões têm respiradores e leitos de UTI suficientes, mas 10% da população brasileira moram em regiões onde não tem um único leito de UTI ou respirador. E quando olhamos o que é necessário como mínimo para as condições epidemiológicas normais, então sem olhar para a crise do COVID-19, podemos dizer que 56% da população vivem em regiões onde não tem equipamentos suficientes para condições normais”, afirmou Miguel Lago, diretor executivo do IEPS.