A coletânea “Mais SUS em Evidências” é uma realização do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde e da Umane que tem o objetivo de contribuir com o debate público eleitoral e subsidiar a próxima gestão do Governo Federal a partir da caracterização de alguns dos principais desafios enfrentados pela saúde pública no Brasil.
Por meio de uma ampla revisão de literatura, análise de dados primários e de entrevistas semiestruturadas com especialistas e gestores públicos, o segundo volume da coletânea analisa a evolução e os desafios na disponibilização de três recursos fundamentais para o funcionamento do Sistema Único de Saúde: humanos, físicos e tecnológicos.
Percorrendo o ciclo dos recursos humanos, a primeira parte discute: a formação profissional no SUS, na qual o protagonismo do setor educacional privado tem impactado a eficiência das estratégias de formação do Ministério da Saúde; o mercado de trabalho em saúde, que demanda um aprimoramento contínuo das intervenções do governo frente a uma discrepância significativa na alocação e fixação de médicos no sistema público, e; o ambiente da prática profissional, um dos determinantes da efetividade dos recursos humanos, que apresenta oportunidade de qualificação por meio da ampliação de estratégias assistenciais que promovam o compartilhamento e a redistribuição de responsabilidades entre os profissionais da saúde.
A segunda parte analisa a expansão contínua na infraestrutura do SUS ao longo dos últimos quinze anos, uma tendência consolidada desde a implementação do sistema, mas que tem desacelerado nos anos mais recentes. Destaca-se também que, em 2010, do total de infraestruturas físicas instaladas no país, 82,5% (ou 43.256 unidades) eram orientadas à Atenção Primária, enquanto as de Média e Alta Complexidade constituíam 17,5% (ou 9.164 unidades). Dez anos depois, a proporção da Média e Alta Complexidade apresentou um incremento de 4,1 pontos percentuais, correspondendo a 14.737 novas unidades, indicando uma priorização desse tipo de estabelecimento, ao menos em termos de infraestrutura física.
A terceira e última parte do documento caracteriza o contexto da saúde digital no Brasil, com destaque para a Estratégia Saúde Digital para o Brasil 2020-2028 (ESD28). Para isso, apresenta os principais avanços no âmbito da implementação de tecnologias em saúde, analisando questões de infraestrutura como o percentual de estabelecimentos de saúde com acesso a computadores e internet, e também o uso de prontuários eletrônicos para efetivação da interoperabilidade de dados. O documento também avalia a expansão da telessaúde após a pandemia de Covid-19, e apresenta dados referentes à segurança da informação em saúde no Brasil.
As análises desenvolvidas aqui e nos outros quatro volumes desta coletânea serviram como base para a construção das propostas e priorização de temas tratados na Agenda Mais SUS, e espera-se que possam contribuir também para informar gestores(as) públicos, pesquisadores(as), organizações da sociedade civil e a sociedade.
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COMO CITAR
Faria, M., Nobre, V. & Tavares, S. (2022). Recursos Humanos, Infraestrutura e Tecnologia no SUS. Diagnóstico n. 2 Mais SUS em Evidências. Rio de Janeiro: Instituto de Estudos para Políticas de Saúde. https://ieps.org.br/diagnostico-2-recursos-humanos-infraestrutura-tecnologia-sus/