Efeitos de Médio e Longo Prazo da Pandemia – Dia 2
Sociedade sem dados é sociedade sem rumo, destacam especialistas em evento promovido pelo IEPS, Imds e Banco Mundial
25 de novembro de 2021
atualizado em 06 de julho de 2022
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A geração de dados e estatísticas no Brasil ainda enfrenta gargalos e foi o tema do segundo e último dia do webinário “Mapeando e Enfrentando os Efeitos de Médio e Longo Prazo da Pandemia de Covid-19”, promovido pelo IEPS, o Instituto de Mobilidade e Desenvolvimento Social (Imds) e o Banco Mundial.
O painel de fechamento “Geração de Dados” abordou as dificuldades enfrentadas por institutos de estatísticas na produção de pesquisas que orientam a tomada de decisão dos gestores públicos em saúde e em demais áreas das esferas de governo. A diretora de estatísticas da Fundação João Pinheiro, que fornece dados oficiais sobre o estado de Minas Gerais, Eleonora Cruz Santos, destaca os principais entraves:
“Mesmo com todas as limitações de estrutura do teletrabalho, produzir estudos não foi nem o maior desafio, e sim a carência de recursos para maior divulgação, algo que não é exclusivo da Fundação João Pinheiro, mas de praticamente todos os institutos locais e nacionais de pesquisa e estatísticas”.
Apesar das restrições, a Fundação mapeou a expectativa de demanda de leitos hospitalares em cada região de Minas Gerais, foi responsável pelo boletim quinzenal sobre a evolução da Covid no estado e identificou potenciais focos de subnotificação de mortes relacionadas à pandemia.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também enfrentou, durante a pandemia, restrições orçamentárias. O Censo, principal coleta de dados socioeconômicos e demográficos do Brasil, só vai acontecer em 2022, dois anos após o previsto. Apesar do adiamento, o presidente do IBGE, Eduardo Rios, afirma que o Censo virá melhor:
O grande desafio do Censo, mesmo com o orçamento apertado, é não deixar ninguém para trás. Por isso, aperfeiçoamos o alcance territorial da pesquisa e também estamos preparados caso uma nova onda de Covid-19 acometa o Brasil, com um modelo já preparado de coleta mista de dados, com entrevistas por telefone”.
Entre outros entraves, os especialistas relatam dificuldade de Secretarias Municipais e Estaduais em lidar com as plataformas de dados utilizadas pelos institutos, a falta de agilidade e transparência na disponibilidade dos dados públicos e a ainda pouca multidisciplinaridade nas bases de dados.
As bases de dados precisam ter maiores cruzamentos com outros setores, tendo maior pluralidade técnica e acadêmica
Eleonora Cruz Santos, Diretora de Estatísticas da Fundação João Pinheiro
Sem essas mudanças, Eleonora aponta a dificuldade de se produzirem políticas para a infância e que sejam baseadas em evidências, em um contexto no qual a pandemia evidenciou a vulnerabilidade de crianças e pré-adolescentes.
No painel “Crianças e Pré-adolescentes (6 a 12 anos)”, o médico pediatra Paulo Bonilha trouxe dados do Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef) que reiteram a prioridade que deve ser dada a este grupo nas políticas públicas de retomada pós-pandemia, mesmo sendo o menos atingido pela letalidade do coronavírus, como mostram as estatísticas globais de mortes.
“Os principais indicadores sobre infância retrocederam. A pobreza infantil aumentou 15%, dois terços dos serviços de saúde mental a crianças foram interrompidos pela pandemia, sete milhões de crianças sofrem de baixo peso, alta de 14%, e campanhas de vacinação contra o sarampo tiveram pausa em, pelo menos, 26 países”, afirma Paulo.
Segundo dia do evento promovido pelo IPES, Imds e Banco Mundial traçou cenários para a juventude no pós-pandemia. Imagem: reprodução internet
Durante dois dias, o webinário “Mapeando e Enfrentando os Efeitos de Médio e Longo Prazo da Pandemia de Covid-19”, promovido pelo IEPS, pelo Instituto de Mobilidade e Desenvolvimento Social (Imds) e pelo Banco Mundial, teve painéis com cortes temáticos, por faixas etárias, sobre os desafios do atual momento da humanidade na saúde, na educação, e os impactos na mobilidade social e na desigualdade.
“Gostaria de agradecer a todos os especialistas que participaram dos painéis e a todos que organizaram e acompanharam o webinário. Foram debates produtivos, com muitas informações e posições para reflexão sobre os aspectos que auxiliam ou reduzem a mobilidade social no Brasil, um dos problemas mais graves do País”, disse o diretor-presidente do Imds, Paulo Tafner.
“São nessas discussões que as ideias surgem e se disseminam, influenciando de forma efetiva as políticas públicas e a opinião pública, olhando para um tema tão importante. Além disso, o debate ajuda todos nós a entender o que vai ser esse mundo pós-pandemia”, afirmou o diretor de políticas públicas do IEPS, Arthur Aguillar.
“O debate mostra de forma clara como cada um de nós pode colaborar na retomada da Covid-19 de forma igualitária. Apesar das consequências negativas, dado o impacto da pandemia no Brasil, precisamos ser otimistas e continuar com todos os esforços possíveis para recuperar o tempo perdido no desenvolvimento infantil”, disse o coordenador setorial do Banco Mundial para desenvolvimento humano no Brasil, Pablo Acosta.
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