No dia 05 de dezembro, a equipe do Instituto Felipe Neto (IFN) esteve no escritório do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), no Rio de Janeiro, para a primeira reunião de alinhamento sobre a parceria em projetos liderados pelo IFN dedicados à saúde mental, educação midiática e meio ambiente. O instituto, que foi lançado este ano pelo influenciador Felipe Neto, está em fase de estruturação de projetos voltados para a conscientização, educação e desestigmatização sobre saúde mental e para o combate à desinformação nos temas ambientais e ansiedade climática.
O IEPS atua na parceria por meio do projeto Advocacy para a Saúde Mental e terá o papel de apoiar tecnicamente o tema de saúde mental dos projetos liderados pelo IFN. “Nos últimos anos, nós acumulamos uma experiência muito grande em relação ao tema da saúde mental de crianças e adolescentes e estamos em movimento para pensar e trabalhar na interseção desse tema com outros, como a resiliência climática e a comunicação. O apoio técnico na construção e execução dos projetos do IFN é mais um passo importante para amadurecer e consolidar nossa atuação”, afirmou Dayana Rosa, gerente de programa do IEPS e especialista em saúde mental, que conduziu o encontro.
Para Miguel Lago, diretor executivo do IEPS, a parceria potencializa a missão institucional de cada uma das organizações. “Nós estamos muito felizes com essa parceria, que tem uma complementação muito grande. O IEPS foi criado há cinco anos para contribuir com o fortalecimento do sistema de saúde brasileiro e a comunicação, que é uma das características mais potentes do IFN, é uma parte fundamental nesse processo”, destacou.
A complementação e a troca de expertise entre as organizações também foram destacadas por Rebeca Freitas, diretora de relações institucionais do IEPS. “Nós temos muito a aprender com o IFN, principalmente nesse cenário de infodemia, novas tecnologias e desinformação, que são desafios cotidianos para disseminar pesquisas e evidências científicas”, pontuou Freitas, que também falou sobre as estratégias de viralização nas redes sociais que acabam fortalecendo práticas negativas, como os autodiagnósticos em saúde mental. “Esse é um desafio especialmente grave quando o assunto é a saúde mental de crianças e adolescentes”.
Carolina Costa, gerente Brasil do Child Mind Institute (CMI), parceiro do IEPS no projeto em desenvolvimento sobre saúde mental de crianças e adolescentes, além de apresentar a atuação do CMI, reforçou a importância da qualificação técnica no desenvolvimento de campanhas de comunicação em saúde mental. “A qualificação técnica é um aspecto indispensável. Muitas vezes, a falta de embasamento científico pode acabar gerando impactos negativos e indesejados”, destacou.
Qualificar a produção de conteúdo e o debate sobre saúde mental
Um dos projetos é o Nossas Vozes: Biomas Brasileiros, que foi apresentado por Victor Vicente, cientista chefe de Educação Midiática do IFN, e é uma iniciativa que forma e apoia influenciadores locais dedicados à educação midiática e a garantia de direitos no ambiente digital. O projeto oferece oficinas e treinamentos presenciais e ainda fomenta parcerias estratégicas entre pequenos e grandes influenciadores.
Um dos temas que serão abordados na implementação do projeto é a relação entre as questões ambientais e a saúde mental da população, como a ecoansiedade, ou ansiedade climática, como é nomeado o sofrimento psíquico relacionado aos impactos das mudanças climáticas.
“O ‘Nossas Vozes’ já teve uma primeira edição no Amazonas, que reuniu 25 produtores de conteúdos da região. O nosso passo agora é ampliar nossa atuação para todos os biomas do país e criar uma rede com mais de 100 influenciadores. Esse movimento é um reflexo do fato de que as questões climáticas já não estão restritas a um bioma só, a uma só região”, explicou Victor Vicente, que destacou também o foco no protagonismo local e a potencialização dos fluxos de informação por meio das parcerias com grandes influenciadores.
Na mesma direção, Camilla Gullo, diretora geral do IFN, reforça que a parceria é um passo estratégico para o Nossas Vozes e para os demais projetos desenvolvidos pelo IFN.
“Nós, do Instituto Felipe Neto, entendemos que o apoio técnico do IEPS em saúde mental ao Nossas Vozes e aos outros projetos que estamos desenvolvendo é uma decisão estratégica para a nossa atuação. No Nossas Vozes, por exemplo, essa parceria nos permite ampliar o debate em torno de temas como resiliência psicossocial frente às mudanças climáticas e assegurar que a comunicação sobre temas complexos como a crise climática seja feita de maneira empática e fundamentada em evidências científicas. Estamos unindo forças para combater a desinformação climática e enfrentar a ecoansiedade, potencializando o trabalho de influenciadores digitais e amplificando suas vozes”, explicou.
Vicente também apresentou o “Semente”, outro projeto em desenvolvimento no IFN para estabelecer uma rede de influenciadores preparados para produzir conteúdos acessíveis e baseado em evidências científicas sobre saúde mental. O projeto é direcionado para um público diversificado, com foco especial nos adolescentes. Além disso, o IFN também está produzindo um videocast para o público jovem que vai abordar temas da saúde mental.
Também participaram do encontro Priscila Borges, analista de políticas públicas do IEPS; Angélica Duarte, especialista em relações institucionais do IEPS; Julia Schafer, gerente de programa do CMI; Mirella Domenich, gestora de projetos e parcerias do IFN; Lucas Venâncio, coordenador de projetos e produtos do IFN; Joyce Machado, coordenadora criativa do IFN; e Danuza França, coordenadora administrativa do IFN.