O entrevero entre o ex-governador Wilson Witzel e o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) é a ilustração do enfrentamento de duas narrativas que se constroem desde o início da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID-19, no Senado. De um lado, a oposição culpa o governo federal pelo seu negacionismo — a resistência em seguir a ciência como resposta à pandemia. De outro, os governistas apresentam os governadores como culpados por supostos desvios de verbas federais.
São duas versões diferentes de quem seria responsável pelo falecimento evitável de quase meio milhão de pessoas. Afinal, o que mata mais? Corrupção ou negacionismo? As duas coisas matam e podem estar mais próximas entre si do que a dinâmica da CPI sugere.