“O especialista é um Ciclope”: por que integrar a atenção primária e especializada no SUS
Foto: Luci Sallum/PMC
Foto: Luci Sallum/PMC
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Anos atrás, em um congresso, ouvimos uma fala brilhante do Juan Gervas, médico de família espanhol popular no Brasil. Ele comparava os especialistas “focais” (porque focam em algum órgão, idade ou gênero) aos Ciclopes, os gigantes com um olho só da Odisseia. Ele brincava, dizendo que o único olho dos especialistas era um microscópio, desses eletrônicos de última geração. “Se não tiver médico de família – questionava o Dr. Gervas – o especialista focal nunca vai saber apontar o microscópio para o lugar certo”.

De outros aires, Millôr dizia que “especialista é o que só não ignora uma coisa”. Como ele tinha uma mente eclética, talvez falasse isso por não entender alguém que concentra todo o seu conhecimento em uma única matéria.

Entre as linhas, tanto Millôr quanto o Dr. Gervas alertam sobre o perigo que a concentração de saberes do especialista possa levar à focalização no particular (como em uma doença específica), sem prestar muita atenção na pessoa, nos seus entornos e no processo saúde-adoecimento, que são o verdadeiro objeto do cuidado.

Confira o artigo completo, assinado por Renato Tasca e Maria Inez Padula Anderson, no Nexo Políticas Públicas