Projeto Arquipélago conclui primeira jornada em Soure
Atendimento de estudantes do projeto Arquipélago. Foto: Aryanne Almeida/IEPS
Atendimento de estudantes do projeto Arquipélago. Foto: Aryanne Almeida/IEPS
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A primeira jornada do projeto Arquipélago foi concluída nesta quarta-feira (16/07) e levou 10 estudantes do curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (Uepa) para desenvolver atividades de extensão em Soure, na Ilha do Marajó, no Pará. As atividades foram iniciadas no dia 1º de julho e, ao longo de duas semanas, os estudantes realizaram diversas atividades de apoio aos serviços de saúde do município, como consultas supervisionadas, visitas domiciliares e ações de educação e saúde, com a supervisão de docentes da Uepa e a preceptoria das médicas de Soure.

Projeto Arquipélago conclui primeira jornada em Soure

Primeira turma de extensionistas do projeto Arquipélago. Foto: Aryanne Almeida/IEPS

Para Arthur Aguilar, diretor de políticas públicas do IEPS, o projeto é um passo fundamental para a atuação do instituto, que tem como um dos principais objetivos contribuir para a construção de soluções para os desafios da Atenção Primária na Amazônia Legal. 

“O Arquipélago é a realização de um sonho antigo do IEPS. Idealizamos o projeto com o objetivo de aproximar a formação médica ao compromisso com a cidadania e ao enfrentamento dos vazios sanitários que ainda marcam tantas regiões do país, principalmente na Amazônia Legal. Tenho certeza que a jornada foi uma experiência transformadora para os estudantes e para a população sourense”, afirmou Aguillar. 

A contribuição do projeto para a formação dos alunos foi destacada por Napoleão Guimarães, professor da Uepa, que supervisionou as atividades de campo. “O Arquipélago é voltado para a Atenção Primária e fortalece a formação profissional dos estudantes, tendo em vista que está de acordo com o Projeto Pedagógico do nosso curso de Medicina e com as Diretrizes Nacionais do Ministério da Educação que aponta para necessidade de uma formação de médicas e médicos preparados para a Medicina da Família e Comunidade”, pontuou. 

Luan Daher, estudante do 10º período e um dos extensionistas do Arquipélago, enfatizou a importância de uma atuação comprometida com as usuárias e usuários do SUS e a oportunidade que o projeto possibilita de vivenciar os aprendizados construídos ao longo da graduação na Uepa. 

Projeto Arquipélago conclui primeira jornada em Soure

Luan Daher, aluno do 10º período do curso de medicina e criado em Soure, durante as atividades na UBS Pacoval. Foto: Aryanne Almeida/IEPS

“A dedicação é um dos principais pilares para que cada usuário e usuária tenha à disposição serviços de saúde de qualidade. O manejo individualizado, considerando ainda as limitações do município, é um desafio que enfrentamos diariamente e é extremamente necessário ter acesso a essa realidade durante a formação médica. A nossa equipe apoiou os serviços da UBS Pacoval e do CTA/SAE e tivemos contato com casos extremamente ricos e cheios de aprendizados. Está sendo muito gratificante participar do projeto por tudo que ele tem a oferecer”, contou o estudante.

“Corujões” e atendimento domiciliar viabilizam o acesso à saúde em Soure

Durante a jornada dos estudantes, o município organizou quatro ações do “Corujão da Saúde”, que oferece atendimento entre 18h e 22h para a população que não consegue frequentar as unidades de saúde em horário comercial. Ao todo, foram 230 atendimentos realizados nessas ações. A estudante Rhillary Jansen, aluna do 10ª período e também extensionista do projeto, destacou a importância das ações noturnas e dos atendimentos em domicílio. 

Projeto Arquipélago conclui primeira jornada em Soure

Atendimento no Centro de Referência de Assistência Social Bom Futuro durante o “Corujão da Saúde”, uma estratégia do município para atender pessoas que não conseguem acessar os serviços de saúde em horário comercial. Foto: Divulgação/IEPS

“Tem sido uma vivência extremamente enriquecedora e única. Participamos do Corujão, que busca atender pessoas que trabalham o dia todo e não conseguem ir até a unidade em horário comercial e também realizamos visitas domiciliares para pessoas que não conseguem chegar até a unidade de saúde. É muito gratificante ver o impacto real das ações de saúde no território. Estamos todos aprendendo muito com cada atendimento e com o contato direto com a comunidade”, contou a estudante. 

Projeto Arquipélago conclui primeira jornada em Soure

A estudante Rhillary Jansen, aluna do 10ª período do curso de Medicina da Uepa, durante atendimento em Soure. Foto: Aryanne Almeida

“Tem sido uma vivência extremamente enriquecedora e única. Participamos do Corujão, que busca atender pessoas que trabalham o dia todo e não conseguem ir até a unidade em horário comercial e também realizamos visitas domiciliares para pessoas que não conseguem chegar até a unidade de saúde. É muito gratificante ver o impacto real das ações de saúde no território. Estamos todos aprendendo muito com cada atendimento e com o contato direto com a comunidade”, contou a estudante. 

Telemedicina agilizou atendimento de casos que demandaram atenção especializada

A adoção de atendimentos por telemedicina da Uepa foi um facilitador importante durante a jornada do Arquipélago. A estudante Rhillary Jansen relatou que por meio dela foi possível agilizar o atendimento especializado de um usuário que há pelo menos 5 anos apresentava sequelas neurológicas decorrentes de um traumatismo cranioencefálico (TCE) e que não fazia um acompanhamento de saúde adequado. Outro caso marcante foi o atendimento de uma pessoa com suspeita de câncer de pele que, após a teleconsulta, foi encaminhada para retirada da lesão, biópsia e tratamento no ambulatório de dermatologia em Belém.

Lena Peres, consultora do IEPS, pontuou como a utilização da teleconsulta para viabilizar e agilizar atendimentos com especialistas foi uma oportunidade para os alunos conhecerem na prática os benefícios da saúde digital. “O uso da telemedicina da Uepa proporcionou uma troca de experiências e aprendizados sobre como a saúde digital pode aumentar a capacidade dos profissionais que atuam na Atenção Primária e os benefícios para as pessoas sob cuidado, proporcionando mais acesso à atenção especializada e diminuindo o tempo de espera para um diagnóstico e tratamento. E em saúde, tempo é vida!”, afirmou a Peres

O Arquipélago

O Arquipélago: Medicina/UepaA em Ação no Marajó é um projeto criado pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), em uma parceria inédita com a Universidade do Estado do Pará e com a Prefeitura de Soure, para fortalecer, por meio de uma estratégia combinada entre saúde e educação, a Atenção Primária do município de Soure, na Ilha de Marajó, com foco na provisão, atração e fixação de profissionais de saúde.

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Confira outras imagens da primeira Jornada Arquipélago em Soure (PA):

Dia 1 - Unidade de Saúde em Soure (PA)