De um lado, a necessidade de ampliar um orçamento estagnado e garantir o financiamento da saúde de uma população que envelhece. De outro, filas que já chegaram a ter mais de meio milhão de pessoas à espera de cirurgias eletivas, a crescente influência de emendas parlamentares na alocação de recursos e um cenário em que os investimentos para ampliação e melhora dos serviços é atualmente menor do que na década passada — apesar do aumento de mais de R$ 9 bilhões em 2024. Em meio a essas necessidades, o Sistema Único de Saúde (SUS) tenta se equilibrar.
O orçamento para Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS) — em média 90% do total do Ministério da Saúde — não acompanha a demanda crescente por serviços. Essas ações são a base do financiamento do SUS e, entre 2013 e 2024, esta dotação orçamentária cresceu 19%, de acordo com dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), disponibilizados no Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), do governo federal. Em 2024, foram R$ 222,9 bilhões. Os valores reservados para os investimentos em saúde, no entanto, caíram em maior proporção, 30%, de R$ 17,5 bilhões para R$ 12,3 bilhões.