A escola é um dos lugares em que crianças e adolescentes brasileiros passam a maior parte do seu tempo, mas esse ambiente não é composto apenas por eles. Também integram a comunidade escolar todos os profissionais da educação e os responsáveis por cada estudante. Por isso, a recém criada Política Nacional de Saúde Mental nas Escolas pode fazer a diferença na vida de mais de 47 milhões de pessoas, tornando as escolas um ambiente mais acolhedor para todos e todas. Mas o que falta para isso acontecer?
O primeiro passo é aprender com os erros do passado. A saúde mental nunca foi uma prioridade nas políticas públicas e a inclusão de crianças e adolescentes enquanto sujeitos dessas políticas foi tardia. De acordo com um levantamento realizado pelo IEPS (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde) e Instituto Cactus, apenas na virada dos anos 2000 que isso começou a acontecer. A pesquisa revela que, apesar da distribuição desigual no território nacional e da evolução mais lenta quando comparado a serviços destinados a adultos, a criação no SUS dos CAPSi (Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenil)
é a principal expressão de política pública de saúde mental voltada para este público. Contudo, os CAPSi, que possuía apenas 285 unidades em 2022, não foram integralmente implementados, pois ainda se dedicam majoritariamente aos casos mais graves.