O Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) colaborou com a construção do texto introdutório do volume 2 do Boletim Epidemiológico “Saúde da População Negra”, divulgado nesta segunda-feira (23/10) pelos Ministérios da Saúde e da Igualdade Racial durante o 1º Seminário Nacional de Vigilância em Saúde da População Negra, em Brasília. O documento é uma iniciativa da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente e apresenta uma panorama sobre a vigilância sobre saúde da população negra no Brasil.
Foto: Divulgação/Ministério da Saúde
O boletim analisa índices de saúde de 2010 a 2020 e no estrato pela variável raça-cor todos são piores para a população negra. Os dados são diagnósticos importantes para a construção de políticas públicas que possam a médio e longo prazo reduzir desigualdades e melhorar as condições de acesso à saúde da população negra.
Rony Coelho, Victor Nobre e Beatriz Almeida, pesquisadores e pesquisadora do IEPS, assinam, em coautoria com Marcos Vinícius da Silva Cordeiro, assessor de equidade étnico-racial em Vigilância em Saúde e Ambiente, texto que apresenta o atual cenário e os desafios para implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN).
Segundo os autores, a ausência de incentivos, de monitoramento e recursos e a baixa adesão dos municípios à PNSIPN têm dificultado a implementação de ações concretas que efetivem a Política e a redução das desigualdades étnico-raciais na saúde brasileira. De acordo com a publicação, apenas 12,3% dos municípios que declararam possuir ações da PNSIPN em 2018 deram continuidade à política em 2021, anos dos inquéritos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O fortalecimento do PNSIPN foi a pauta do segundo dia do Seminário, realizado na terça-feira (24/10). Durante o debate foram pensadas ações para fortalecer a Política, que devem passar a constar no Plano Nacional de Saúde, atualmente em elaboração.
Acesse o volume 2 do Boletim Epidemiológico “Saúde da População Negra” na íntegra aqui