Este estudo teve como base e sintetiza os resultados do artigo “Urgent Care Centers, Hospital Performance and Population Health”, elaborado pelos mesmos autores e disponível na íntegra como Texto para Discussão n. 10 do IEPS – que cobre todos os detalhes metodológicos e um conjunto mais amplo de resultados.
RESUMO EXECUTIVO – Existem atualmente mais de 500 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) instaladas no Brasil. O movimento de criação de UPAs no país teve início no final dos anos 2000, como uma resposta ao reconhecimento do governo federal de que havia no SUS escassez e baixa qualidade na provisão de serviços de urgência e emergência para a população. Tal escassez e o desempenho insatisfatório de sistemas locais de saúde muitas vezes se manifesta em hospitais sobrecarregados, pois os pacientes recorrem ao pronto-atendimento hospitalar para condições mais simples e não atendidas por outros serviços de saúde, eventualmente agravadas por falta de acesso no tempo adequado.
Mas qual tem sido o efeito das UPAs sobre o desempenho de hospitais e sobre a saúde da população? Este estudo avalia os impactos da abertura de UPAs no estado do Rio de Janeiro, um pioneiro na política, em um conjunto de indicadores excepcionalmente amplo, incluindo demanda por serviços hospitalares e indicadores de desempenho hospitalar, realocação de recursos hospitalares, realocação na demanda por serviços entre estabelecimentos de saúde e saúde da população.