Este estudo avalia os efeitos da transferência da gestão de hospitais públicos para Organizações Sociais de Saúde (OSS) — entidades privadas sem fins lucrativos contratadas pelo Estado. Usando dados administrativos de 2005 a 2022 e um modelo de diferenças em diferenças com pareamento, a pesquisa mostra que o modelo OSS aumenta em média 40% das internações hospitalares, melhora a produtividade (maior rotatividade e ocupação de leitos, menor tempo médio de permanência) e reduz a mortalidade populacional, especialmente em municípios com baixa capacidade instalada. Esses efeitos não comprometem a qualidade do cuidado nem alteram o perfil dos pacientes atendidos.
O estudo documentou dois mecanismos por trás desses efeitos: a adoção de práticas mais flexíveis e eficientes de gestão de pessoal e a capacidade gerencial das entidades responsáveis pela administração hospitalar. Os efeitos, no entanto, dependem da qualidade da implementação da política — incluindo a seleção criteriosa das entidades gestoras, a capacidade de fiscalização do Estado e a existência de contratos bem estruturados. Quando essas condições são atendidas, o modelo pode melhorar o desempenho dos hospitais públicos sem comprometer a qualidade do cuidado ou a equidade no acesso.
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Como citar
Coube, M., Fontes, L.F., Rocha, R. (2025) Gestão Privada de Serviços Públicos. Estudo Institucional n.12. Rio de Janeiro: Instituto de Estudos para Políticas de Saúde. . https://ieps.org.br/estudo-institucional-12