INTRODUÇÃO – O objetivo desta nota técnica é documentar três dimensões fundamentais das vulnerabilidades enfrentadas pela população brasileira: saúde, trabalho e habitação. Para tanto, analisamos conjuntamente a incidência de fatores de risco para a COVID-19 na população, informalidade no mercado de trabalho e características socioeconômicas associadas a condições de moradia (densidade habitacional, características da construção e acesso a saneamento). Esta caracterização é feita por faixa etária, escolaridade e Unidades da Federação (UF).

Como esperado, encontramos que a população idosa é a mais vulnerável em saúde, em particular devido à maior incidência de doenças crônicas. Por outro lado, a informalidade concentra-se entre pessoas com menos de 60 anos, tornando-as mais expostas à crise no mercado de trabalho. O cenário brasileiro, contudo, é muito mais complexo e preocupante. Encontramos uma importante sobreposição de vulnerabilidades entre os mais jovens. Dentre eles, 43% enfrentam algum fator de risco para a saúde, com destaque para doenças crônicas e obesidade, e cerca de 10% são acometidos por duas ou mais condições simultaneamente. Isso demostra que o maior risco da exposição à COVID-19 não é exclusivo aos mais idosos no país, atingindo também cerca da metade da população mais jovem. Além disso, cerca de 34% dos domicílios no Brasil sofrem com a falta de saneamento básico ou estrutura apropriada, com esse número chegando a 61% e 51% no Norte e Nordeste, respectivamente. Nesses domicílios vulneráveis, mais de 50% são idosos ou portadores de algum fator de risco e contam com uma alta concentração de moradores.

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