Expansão da cobertura universal de saúde diminuiu mortalidade infantil em vários países, mas não reduziu iniquidades, aponta estudo
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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A ampliação da cobertura universal de saúde, ocorrida entre 2000 e 2019, em 60 países de baixa e média renda reduziu as taxas de mortalidade infantil, principalmente entre as populações relativamente menos pobres. Essa é uma das conclusões de um estudo que acaba de ser publicado no The Lancet Global Health. O artigo é liderado por Thomas Hone, do Imperial College, e co-autorado por Rudi Rocha, diretor de pesquisa do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e professor da FGV EAESP, e pesquisadores e pesquisadoras de universidades estrangeiras.

A pesquisa mostrou que a ampliação da cobertura universal de saúde evitou pelo menos 15 milhões de mortes infantis. Mas, apesar do resultado positivo, o estudo revela que essa redução é marcada por desigualdades socioeconômicas, já que a parcela relativamente mais rica dos países analisados foram as principais beneficiárias, registrando uma redução nas mortes maior do que a identificada entre as populações de baixa renda. 

Diante dos resultados, os pesquisadores defendem a ideia de que as políticas de ampliação da cobertura universal em saúde devem considerar ações e mecanismos de redução das desigualdades em saúde, garantindo benefícios para as populações mais pobres e em vulnerabilidade socioeconômica. 

O artigo é uma produção do projeto  HFACT – Health Financing for Universal Health Care in Challenging Times: Leaving No-one Behind, resultado de uma parceria do IEPS com a Universidade de York (CHE/York), o Center for Health Economics and Policy Studies (CHEPS) da Faculdade de Saúde Pública Univeritas Indonesia, com o Institute of Economic Growth (IEG), a PRICELESS SA e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).

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