INTRODUÇÃO – Esta nota analisa os possíveis critérios de alocação caso haja necessidade de se racionar vagas de UTI em grande escala. Essa discussão considera um contexto de desastre, que é um evento súbito e calamitoso que afeta o funcionamento de uma sociedade e causa perdas humanas e materiais para além do que ela consegue suportar com recursos próprios. Desastres forçam mudanças no atendimento à saúde e na alocação de recursos materiais e humanos. O que pode ser oferecido a cada um é condicionado pelo necessário para salvar o maior número de vidas em uma população.

Essas escolhas normalmente aparecem na forma de julgamentos clínicos sobre a viabilidade ou pertinência de cuidados intensivos. Porém, a escassez de vagas afeta esse julgamento. Estudos indicam que, quando faltam vagas de UTI, os pacientes admitidos tendem a estar em condição mais grave, menos pessoas são admitidas para monitoramento e altas de UTI são dadas mais rapidamente e para pacientes com condições mais severas. Ou seja, a insuficiência de vagas acaba mudando os critérios de admissão (que tendem a ser mais rigorosos) e de alta de pacientes (que passa a ser mais precoce).

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