Programa TechSUS
Arte: Estúdio Massa
Arte: Estúdio Massa
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O Programa TechSUS é uma iniciativa do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) para contribuir, a partir de evidências científicas, com os processos da transformação digital da saúde no Brasil. Nos últimos anos, o debate sobre saúde e tecnologia foi alavancado por diversos fatores, como os desafios impostos pela transição epidemiológica, o envelhecimento populacional e o represamento de serviços de saúde. Problemáticas que são comuns nos diferentes sistemas de saúde do mundo

A oferta do cuidado centrada no usuário é o  cerne da chamada transformação digital da saúde. Os benefícios para a população são muitos, já que os serviços são executados com um maior grau de personalização, a partir de informações integradas e capazes de retratar a jornada do paciente entre os diferentes níveis de atenção à saúde e em todos os seus ciclos de vida.

Além da digitalização e informatização do sistema, a transformação digital da saúde mobiliza diversos elementos e não se limita ao uso desenfreado e sem propósito da tecnologia. A transformação digital da saúde passa, por exemplo,  por reavaliação de processos, aplicabilidade das tecnologias, aspectos culturais e ocupacionais e  capacitação e inclusão de equipes e dos usuários.

No Brasil, temos no Sistema Único de Saúde (SUS) um ativo para inovação, com potencial de desenvolvimento científico e tecnológico desde a sua concepção. Apesar disso, o atual cenário da governança e operacionalização da Estratégia de Saúde Digital do país aponta para gargalos que podem contribuir para o aprofundamento de desigualdades, perda de recursos e aumento dos custos.

Nesse contexto, o levantamento de evidências sobre a adoção de tecnologias que resultem efetivamente em saltos de qualidade para o SUS é o eixo central da atuação e produção do Programa TechSUS. Para isso, o programa está estruturado em duas frentes de trabalho:

  • Fomento à inovação e adoção de novas tecnologias pelo SUS a partir da análise dos principais desafios associados à inovação e implementação de novas tecnologias na saúde e prototipagem de intervenções em temas como prontuário eletrônico unificado e telemedicina junto a cidades e estados;
  • Contribuir para mudança das “regras do jogo” por meio de incidência sobre a tomada de decisão em nível federal com o objetivo de aprimorar os marcos legais para a transformação digital da saúde no Brasil e fomentar a adoção de tecnologias custo-efetivas no SUS.

Pesquisas

Panorama IEPS n. 4 – Governança e interoperabilidade de dados para a Saúde

O Panorama IEPS  n. 4 “Governança e interoperabilidade de dados para a Saúde” faz uma análise do atual cenário da estrutura de governança de dados e informações de saúde no SUS. O estudo apresenta as principais iniciativas lideradas pelo Ministério da Saúde para superar desafios relacionados ao tema e recomendações para o avanço dessas iniciativas com base em boas práticas do nível internacional.

A pesquisa identificou que parte dos esforços brasileiros para definir  protocolos de integração e interoperabilidade de dados está alinhada à experiências recentes identificadas em outros países. Mas, apesar de tramitar no Congresso Nacional um conjunto de propostas que tratam sobre o estabelecimento de mecanismos de integração e interoperabilidade de dados, salvo melhor juízo, nenhuma delas tem sido suficiente para endereçar questões relativas à Governança de Dados e Informações em Saúde no país.

Dentre as recomendações elencadas no documento, a criação de uma Política de Governança de Dados de Saúde é vista como um passo chave para avançar com: i) a hierarquização de prioridades para a implantação de protocolos de integração e interoperabilidade a partir de um conjunto mínimo de informações relevantes de serem compartilhadas; ii) a definição de uma autoridade nacional responsável por regular essa troca de dados e informações; iii) e  a coordenação do relacionamento entre os diferentes atores interessados nessa troca.